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“MENOS SPREAD E MAIS VOLUME” DE CRÉDITO, DEFENDE SKAF DURANTE REUNIÃO COM PRESIDENTE DO BB23/02/2017Paulo Caffarelli fala na Fiesp em retomada do crédito e reaproximação com indústria

Graciliano Toni, Agência Indusnet Fiesp

Ao abrir nesta quinta-feira (23/2) reunião com o presidente do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli, e empresários, o presidente da Fiesp e do Ciesp, Paulo Skaf, destacou a necessidade de reduzir as taxas de juros, tanto para as empresas quanto para os consumidores. “Menos spread e mais volume” foi a fórmula sugerida por Skaf.

“Estamos reaprendendo a conceder crédito”, disse Caffarelli. O presidente do BB revelou que serão treinados em concessão de crédito 5.000 gerentes do BB, que depois disseminarão o conhecimento pelas agências. Além disso, mais de 300.000 empresas de micro e pequeno porte foram mapeadas para ser contactadas, explicou Caffarelli – e já há limite disponível para elas. O presidente do BB afirmou que a Fiesp, enquanto não se corrigem os problemas no atendimento às empresas, pode ser a ponte com os empresários. Também está em estudo a retomada do financiamento à exportação.
Em relação aos juros, o movimento de redução vai acontecer, afirmou Caffarelli, evitando um aumento do spread. “É uma questão de consciência” dos bancos a respeito de seu papel neste momento.

Skaf destacou a importância de aproveitar o momento atual da economia. De um lado a indústria tem dado sinais de uma possível recuperação – por exemplo, depois de 20 meses com saldo negativo, houve criação de vagas em janeiro. Podemos potencializar ou perder essa oportunidade, disse Skaf, e não dar esse sinal positivo.

A fase é bastante difícil, afirmou o presidente da Fiesp e do Ciesp, “mas sabemos da importância da indústria da transformação para o país, na inovação, na criação de empregos e, para o governo, na arrecadação”, já que ela responde por 1/3 dos impostos arrecadados.
Além das reformas estruturais, do limite do crescimento dos gastos e outras medidas para que o país possa ter um crescimento duradouro, é fundamental a queda dos juros e o aumento da oferta do crédito.

O BNDES não está cumprindo seu papel, disse Skaf, que se declarou decepcionado pela incapacidade do banco em fazer fomento. “Está fazendo caixa”, afirmou, em vez de financiar o investimento produtivo.

O BB tem papel importante, para o agronegócio e outros setores, destacou Skaf ao apresentar Caffarelli. Frisou sua longa carreira na instituição e seu conhecimento do banco. “Está consciente da importância do banco para ajudar o país neste momento.”

arquivo sem legenda ou nomeReunião na Fiesp entre empresários e o presidente do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli. Foto: Everton Amaro/Fiesp
 
“Trazer para o jogo”

Caffarelli explicou que mais de 60% do resultado do BB vem do crédito. “O BB vai se fazer presente, sim, na retomada do crescimento econômico”, que vai exigir a concessão de crédito.

Caffarelli disse que o sucesso do banco, em seus 208 anos, se deve à parceria com a indústria. Sua história se confunde com a da indústria brasileira, afirmou, e a Fiesp é sinônimo da indústria. O BB vem mostrando ao longo do tempo, especialmente durante as crises, que se faz presente nos momentos mais difíceis.

Desde 2008, disse Caffarelli, as grandes empresas de capital aberto tiveram sua rentabilidade reduzida em 80%. O desafio é “trazer a indústria para o jogo” de forma mais atuante daqui para a frente.

Esta crise, da qual já estamos saindo, disse, provocou a disparada dos pedidos de recuperação judicial, mas o pico deles já passou. Esta crise é mais complexa, explicou, durando mais do que as anteriores.

As medidas que estão sendo tomadas, junto com os dados da inflação, começam a dar resultado, disse o presidente do BB. Indicadores antecedentes, como o da indústria de papel e papelão, apontam para a retomada. E a safra agrícola, que tem 60% de sua operação financiada pelo BB, deverá ser a melhor da história do país.

Caffarelli lembrou que o agronegócio também é um grande parceiro no controle da inflação, graças à maior oferta de alimentos. Em agosto a inflação em 12 meses deverá estar em 3,4%. Isso inequivocamente mostra a necessidade de reduzir as taxas de juros no Brasil. No fim do ano a taxa deverá estar em um dígito, e a inflação estará controlada, favorecendo a economia. A entrada dos recursos liberados do FGTS deverá ter importante peso na economia.

O desafio que temos hoje é simplificar a questão tributária, para que as empresas fiquem no país, invistam nele. “Estamos apostando muito num círculo virtuoso”, disse Caffarelli, com os ajustes em curso e a volta da confiança de consumidores e investidores institucionais. O aumento do consumo e do investimento retroalimenta a economia e se reflete na arrecadação. A questão é complexa, disse, “mas tenho certeza que estamos no caminho certo”.
Comércio internacional e elevação dos investimentos em infraestrutura são importantes para a retomado do investimento, disse Caffarelli, ao lado do aumento da produtividade e da competitividade, do ajuste fiscal e do aperfeiçoamento do marco regulatório.

Cafarelli destacou a projeção de crescimento de 1,2% da indústria já em 2017, depois de longo período de retração
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