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Líderes da indústria criticam proposta de redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais26/02/2010Brasília - A redução da jornada de trabalho semanal de 44 para 40 horas, que está em tramitação no Congresso Nacional, foi criticada nesta terça-feira (23) pelo presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto e pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Paulo Skaf, sob a alegação de que se trata de uma bandeira política e não de um interesse do trabalhador. Monteiro Neto questiona se "esse seria momento para aumentar os custos das empresas, quando elas precisam mesmo é de fazer a recuperação da oferta de empregos". A adoção linear de jornada de trabalho, de acordo com o presidente da CNI também "não é adequada tendo em vista as desigualdades que existem no País, na área empresarial". Segundo Monteiro Neto, empresas pequenas que ficariam até mesmo inviabilizadas com a medida, e, além do mais, "nenhum segmento está proibido de reduzir a jornada de trabalho, se tiver condições para isso". Paulo Skaf afirmou que a legislação atual permite flexibilidade na jornada de trabalho e que hoje já se pratica a média de 41 horas semanais, segundo ele. "Há até quem adote a carga de 38 horas, como é o caso da indústria farmacêutica. Fazer uma imposição legal nessa área engessa as empresas, afetando os setores mais sensíveis.” Skaf afirma que, em 1982, a França resolveu reduzir a jornada semanal de trabalho e houve aumento do desemprego. Mas, depois disso, o país adotou legislação mais compatível com a sua realidade e restabeleceu o mercado de trabalho. Ele vê "interesse eleitoral na questão da redução da jornada no Brasil" e opina que "não se pode misturar interesse político com interesse das pessoas". O presidente da CNI e o presidente da Fiesp se reuniram hoje em Brasília com os presidentes de federações de Indústria de todo o País. Eles vão ter encontro nesta tarde com o presidente da Câmara Federal, deputado Michel Temer, para discutir a tramitação da proposta de emenda à Constituição (PEC) que trata do assunto. Temer propôs a alternativa de fixar jornada semanal em 42 horas, mas os representantes da indústria acham que também não seria adequado. Lourenço Canuto de Melo Repórter da Agência Brasil 23/02/2010
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