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INTUIÇÃO E TOMADA DE DECISÕES – O PERIGO DO BOM SENSO05/11/2010Por Virgilio F. M. dos Santos, Consultor EDTI - Melhoria de Processos e Análises de Dados Ltda. Imagine que você seja gerente ou diretor de empresa e tenha de tomar uma simples decisão: descrever as diferenças entre o quadrado com a letra A e o quadrado com a letra B do tabuleiro mostrado na figura. Tal decisão trata-se de uma escolha muito simples e não apresenta nenhuma necessidade de conhecimento anterior. Quais são as diferenças? Pense um pouco. Conseguiu identificar as diferenças?
Tabuleiro
E se eu disser que não há diferenças entre o quadrado A e o quadrado B e que eles são idênticos? Esse foi um experimento criado por Edward H. Adelson (1993) para mostrar que a percepção de brilho da cor cinza depende do contexto que a cerca? Será que tomar decisões baseado nas percepções que possuímos é realmente algo inteligente? Dan Ariely (2009) argumenta em seu livro que a visão é uma das melhores coisas que temos. Uma parte enorme do nosso cérebro dedica-se à visão. Gastamos mais horas do nosso dia para usar a visão do que qualquer outra coisa e somos evolutivamente projetados para usar nossa visão. As pessoas com melhor visão possuíam uma vantagem estratégica para fugir de animais na savana. Se cometemos erros de julgamento com a visão, mesmo com nossa alta capacidade de enxergar, qual será a probabilidade de cometermos erros com algo que não somos tão bons assim, por exemplo, gerenciamento da qualidade ou tomada de decisões financeiras? Algo que não temos razão evolutiva para fazer e nenhuma parte do cérebro especializada e não fazemos isto muitas horas por dia. Nesse caso, acabamos cometendo muito mais erros e pior: não temos forma simples de percebê-los como acontece quando utilizamos a visão. Estudos recentes procuram entender como nós pensamos e como fazemos julgamentos. Nossos julgamentos intuitivos são baseados em dados, que para todos os efeitos são definidos como informações que recebemos dos nossos sentidos antes de interpretá-los. Interpretamos os dados por meio de nossos conceitos, que são categorias que usamos para que o mundo faça sentido. Quando decidimos se os quadrados A e B da figura são iguais ou diferentes, estamos fazendo isso com base em algum tipo de dado interpretado pelo nosso modelo mental, pela forma como vemos o mundo. Pense nisso!
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