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Empreender e inovar, vocações brasileiras - Artigo Paulo Skaf11/03/2014O Relatório Global de Empreendedorismo 2013, realizado pela empresa especializada em venda directa Amway, mostra que mais de 70% dos convidados a participar do levantamento afirmaram ter uma visão positiva a respeito do empreendedorismo. Há que se ressaltar que o levantamento revelou que atitudes empreendedoras continuam sendo bem vistas no mundo globalizado.

O lado negativo da pesquisa é que 70% dos entrevistados revelaram que o maior receio entre eles é o fracasso do novo negócio.

No Brasil, onde temos um povo empreendedor e com espírito realizador, e por isso chegamos ao posto de 7ª economia do mundo, é grande o desejo de ser dono e conduzir o próprio negócio.

Esse comportamento está presente em todas as classes sociais e faixas etárias. Somos um dos países com o maior percentual de mulheres empreendedoras no mundo. Temos leis que estimulam o empreendedorismo, como a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa e a Lei do Microempreendedor Individual.
 
As informações sobre produtos, negócios e marcas são cada vez mais acessíveis e compartilhadas. E o mais recente relatório do Global Entrepreneurship Monitor (GEM), com dados de 2013, coloca o Brasil como uma das nações com maior taxa de empreendedores em estágio inicial entre os países do Brics e do G20, ou seja, 17,3% do total de empreendedores. Esses são sinais do potencial brasileiro na área dos negócios, na pratica de empreender. Mas, é importante deixar bem claro que o País precisa avançar muito mais nas políticas de apoio, infraestrutura e capital formal.

E esta é uma iniciativa que não deve partir apenas das esferas de governos. É preciso uma cruzada de todos os setores da sociedade, de maneira que mantenha o Brasil não apenas com esta vocação para empreender, mas que mude os rumos da Nação, também, na vocação por inovação que deve ser encarada como uma prioridade estratégica.
Em nossas entidades, por exemplo, há o que podemos chamar de escolas para formação de lideranças empresariais e de entidades do futuro. Refiro-me ao Núcleo e ao Comitê de Jovens Empreendedores – o NJE do Ciesp e o CJE da Fiesp –, formados por empresários jovens das mais diversas atividades da indústria.
Por vocação, o NJE e o CJE identificam e desenvolvem novas lideranças institucionais e empresariais, aprimorando suas qualidades de gestão com foco na maior competitividade e desenvolvimento do empreendedorismo nos diversos setores da economia.

Junto desse trabalho de estimulo ao empreendedorismo não abrimos mão de que o tema inovação seja presente entre empreendedores, que todos se informam cada vez melhor sobre a importância da inovação, e que há muitos esforços nessa direção, mas falta o principal: o investimento com estratégia. Há uma grande distância entre a geração da ideia e a concretização da ideia. Temos aí um dos gargalos que comprometem o futuro do Brasil.
 
Os investimentos em desenvolvimento e pesquisa em nosso País, entre 2000 e 2010, tiveram um crescimento residual, de 1,02% para 1,16% do PIB. É muito pouco para um País que quer ter produtos para competir em mercados globais avançados. Estamos investindo em inovação menos da metade, e em alguns casos até mesmo um terço, de países como Alemanha, Coréia do Sul, Japão e França. É preciso mudar esse quadro com investimentos focados e substanciosos, para que dentro de alguns anos nossas empresas possam disputar e liderar mercados de tecnologias avançadas.

No Senai-SP mantemos unidades de nanotecnologia iguais às que só existem na Alemanha e, com o apoio da Fiesp, do Ciesp, da Agência USP de Inovação e do Sebrae-SP, estamos capacitando centenas de pequenas empresas paulistas em gestão da inovação. 

O Senai paulista ministra ensino técnico e tecnológico que é modelo e referência para o Brasil. São cursos modernos, que se destacam pelo foco nas demandas da indústria e nas vocações das regiões onde estão instaladas as unidades. Nossa instituição promove anualmente a feira "Inova Senai", na qual professores e alunos demonstram a sua capacidade de criar e desenvolver raciocínio lógico por meio de inovações. É, sem dúvida, um dos maiores estímulos ao empreendedor que busca por inovação na sua empresa.

A Fiesp é interlocutora permanente da indústria junto aos Governos Federal, Estaduais e Municipais – neste último caso, por intermédio das diretoriais regionais do Ciesp – e procuramos tirar o melhor proveito disso. Mantemos contatos frequentes com Ministérios, Secretarias, Diretorias e Departamentos, Institutos de Pesquisas, Universidades aos quais encaminhamos nossas reivindicações, sempre no sentido de que a prioridade é retomar a competitividade do Brasil, garantir nossa vocação para empreender e inovar e oferecer vida e renda melhores para todos os brasileiros.

Paulo Skaf
Presidente do Ciesp e da Fiesp
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