O câmbio foi um dos desafios apontados pelas empresas da região metropolitana de Campinas a serem enfrentados no ano de 2011. O resultado da Sondagem Industrial CIESP-Campinas/FACAMP do mês de junho, aprofundou as avaliações iniciadas em relatórios anteriores e identificou que a maioria das empresas respondentes aponta a atual taxa de câmbio como prejudicial aos negócios.
Segundo o professor e economista da FACAMP, José Augusto Ruas, o câmbio atual aumenta a concorrência com as importações e dificulta a exportação de alguns produtos que se tornam menos competitivos, o que reflete também na baixa lucratividade e baixo investimento das empresas: “esta foi a posição de 72% dos respondentes, mas, ainda sim, tivemos 22,9% de empresários que assinalaram o câmbio atual favorável aos negócios e 29,2% afirmaram que a taxa não interfere nos negócios,” ponderou Ruas.
O nível de emprego industrial da região de Campinas apresenta resultado positivo com variação de 0,22% mas o cenário é pior em comparação ao mesmo mês do ano de 2010.
A pesquisa de Comércio Exterior realizada também em junho pelo CIESP-Campinas com os associados, por intermédio do Departamento de Comércio Exterior, apresentou saldo negativo em US$15,28 milhões da balança comercial, mas fecha de janeiro a junho com saldo positivo em US$85 milhões.
Para Natal Martins, diretor - titular do CIESP-Campinas, os sintomas de desaceleração neste segundo semestre preocupam: “apesar dos números ainda serem positivos na exportação, existe uma preocupação com esta desaceleração da indústria em nossa região, reflexo da desvalorização do câmbio. Somente com o controle da inflação e a redução dos juros, a indústria voltará a investir e contratar”, finaliza Natal.