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Carta do Fórum Aeroportuário de Campinas e Negócios Aeroportuários - FACENA 201301/10/2013arquivo sem legenda ou nomeO FACENA 2013 reuniu no dia 19 de setembro no Teatro do SESI, 443 executivos da indústria, do comércio e de serviços como transporte aéreo, logística, câmaras de comércio exterior, direito, negócios internacionais, consultorias, despachantes aduaneiros, alimentação, hotéis, pousadas, agentes de viagens, engenharia civil, arquitetura, setor imobiliário, universidades e institutos de pesquisas, além de órgãos do setor público de Campinas e macro região e da imprensa. O evento foi organizado pelo Escritório de Negócios Aeroportuários (ENAER), e contou com o patrocínio da Prefeitura Municipal de Campinas, por meio de sua Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Social e de Turismo, e da Concessionária Aeroportos Brasil Viracopos S/A, além dos parceiros IATA, CIESP - Campinas, EPTV, Rádio CBN e Café Canecão, e dos seguintes apoios institucionais: INFRAERO, SECOVI, IAB, ACIC, GÊNESE, CORECON-SP, AGEMCAMP, Instituto de Pesquisas CIVITAS, Convention & Visitors Bureau, ABRALOG, SBTA, RIDITA e ITA.

O Painel da International Air Transport Association (IATA) mostrou que o transporte aéreo tende a crescer nos próximos 20 anos na América Latina e, sobretudo, no Brasil, devido ao crescimento da classe média. Para atender esse crescimento, serão necessários, no mínimo, investimentos de US$ 4 trilhões em aeronaves, equipamentos e pessoal, além de enfrentar três desafios: custos, regulamentação e infraestrutura. O principal custo do transporte aéreo é o preço do combustível e seus impostos: 42% no Brasil, contra 30% nos países avançados. A regulamentação necessita de alinhamento internacional, diante de distintas formas de promover direitos entre clientes e empresas aéreas. A infraestrutura refere-se aos investimentos em aeroportos compatíveis com as inovações no setor aéreo e à promoção da intermodalidade em terra para gerar conectividade e aeroportos competitivos para atraírem empresas aéreas. Esta questão, que define o futuro de Viracopos, foi abordada nos painéis seguintes.

O Painel da Prefeitura Municipal de Campinas destacou a criação do Grupo de Gestão e Acompanhamento de Ação Municipal referente à ampliação do Aeroporto Internacional de Viracopos, coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Social e de Turismo com apoio das demais secretarias, para agir no entorno desse aeroporto, por meio de um plano urbanístico a ser elaborado com a Concessionária Aeroportos Brasil. A concepção norteadora é de aeroporto-cidade, ou seja, o aeroporto como indutor do desenvolvimento inserido junto à dinâmica urbana de Campinas, com intuito de completar seus potenciais econômicos como cidade da ciência, da tecnologia e da inovação.

O Painel sobre a Plataforma de Zaragoza (Plaza), na Espanha, revelou uma experiência de desenvolvimento local compatível com a dinâmica da economia do século XXI. Dentre as motivações principais, esteve a estagnação do Aeroporto de Zaragoza provocada pelas operações do Trem de Alta Velocidade (TAV) espanhol, que atraiu usuários desse aeroporto. A partir do potencial econômico de Zaragoza e de sua localização estratégica entre Madrid, Barcelona, Valencia e Bilbao, a Plaza foi construída em uma área de 13 milhões m², por meio de Parceria Público-Privada. Organizou um sistema multimodal de transportes e viabilizou operações industriais via just-in-time, ao recuperar a antiga estrada de ferro para o transporte de mercadorias até o porto marítimo, além de rodovias com 4 e 6 pistas para o transporte terrestre e acesso ao Aeroporto de Zaragoza, que se recuperou ao atrair voos cargueiros. Na Plaza encontra-se uma pequena cidade com empresas, hotéis, escritórios, bancos, correio, aduana, escola infantil e de formação profissional em logística, parque tecnológico, armazéns integrados à ferrovia, espaço para cargas aéreas, dentre outros.

No Painel da Empresa de Planejamento e Logística (EPL) reafirmou-se a disposição de instalar o Trem de Alta Velocidade (TAV) entre Campinas, São Paulo e o Rio de Janeiro, com uma estação subterrânea em Viracopos de forma integrada ao seu Plan Master. Houve preocupações com as indefinições sobre o traçado e a concessão do TAV, pois criam insegurança aos investidores das áreas envolvidas. Segundo a EPL, o traçado referencial deve ser anunciado até o final deste ano, e o traçado definitivo será elaborado em um futuro projeto executivo. Outra preocupação foi quanto à indefinição do TAV com os planos diretores dos municípios impactados pelo seu traçado e com os planos de mobilidade urbana desses municípios. Por último, à luz da experiência do TAV espanhol que estagnou o Aeroporto de Zaragoza, houve manifestações favoráveis à convergência entre o TAV, do governo federal, e o Trem Bandeirante, do governo do Estado de São Paulo, como forma de preservar o potencial de Viracopos e ampliar a competitividade econômica de Campinas e Região no mercado mundial.

No Painel sobre Viracopos, a Concessionária Aeroportos Brasil Viracopos enfatizou o potencial do aeroporto e o desenvolvimento econômico gerado pela ampliação de sua infraestrutura. Viracopos deverá ter 4 pistas e capacidade para transportar 80 milhões de passageiros e mais de 1 milhão de toneladas de mercadorias, assumindo a condição de hub airport da América do Sul, com investimentos de R$ 9,5 bilhões e mais R$ 4 bilhões em pagamentos de outorga onerosa ao governo federal.

Foram destacados R$ 340 milhões de investimentos e seus efeitos multiplicadores do emprego e da renda, a partir da geração de desafios e oportunidades. Primeiro, os Sistemas Tecnológicos em Viracopos, que implicam investimentos de R$ 150 milhões para automatizar a realização dos voos. Segundo, a construção do Centro Integrado de Gestão Aeroportuária por meio de R$ 30 milhões. Terceiro, investimento de R$ 100 milhões em equipamentos e sistemas para manuseio de bagagens, raio X e vigilância. E o quarto, refere-se ao Programa de Otimização de Cargas no terminal atual, com investimentos de R$ 60 milhões nos próximos dois anos. Todos os casos envolvem contratação e capacitação de pessoal, processos, infraestrutura, tecnologias e sistemas de gestão, que multiplicam investimentos e emprego, e criam desafios como, por exemplos, mobilidade urbana, serviços públicos, pesquisas e desenvolvimento, financiamento, mitigação de impactos ambientais, uso e ocupação do solo e demanda por energia.

Tudo isto, segundo Marcelo Mota, Diretor de Operações em Viracopos, sinaliza a contribuição gerada pelo FACENA, ao reunir o poder público, empresários, universidades, institutos de pesquisas e a Concessionária Aeroportos Brasil Viracopos para dialogarmos sobre essas questões e analisarmos: 1) quais são as políticas públicas de gestão aeroportuária para tratar desses temas?; 2) quais são as oportunidades de mercado que os empresários de Campinas e região podem ter e conquistar?; 3) quais são as oportunidades de qualificação profissional que as universidades, centros de pesquisas e ensino podem oferecer?; e 4) como vamos identificar e nos preparar para explorar essas oportunidades e crescermos com Viracopos?

Tais desafios e o conteúdo desta carta, que foi extraído de gravação gerada no dia do FACENA 2013, serão aprofundados por meio de matérias na Revista Aeroportuária FACENA, que contará também com artigos de especialistas em comércio exterior, logística, aeroportos e desenvolvimento regional. Serão impressos 2.000 exemplares, distribuídos, gratuitamente, para o nosso público-alvo a partir de evento no CIESP - Campinas no dia 5-12-2013 às 19h, situado à Rua Padre Camargo Lacerda, 37 no Bonfim, Campinas-SP. Favor confirmar presença até 03-12-2013 pelo site www.enaerfacena.com.br
 

Josmar Cappa

DIRETOR EXECUTIVO

Escritório de Negócios Aeroportuários - ENAER
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