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Primeira reunião plenária do ano trata da perspectiva para a economia no biênio 2023-202413/02/2023A primeira reunião plenária de 2023 do CIESP Campinas foi realizada no dia 9 de fevereiro, de forma online, e contou com a participação dos três diretores da regional: José Henrique Toledo Corrêa, diretor titular, Valmir Caldana, primeiro vice-diretor, e Stefan Rohr, segundo vice-diretor. A palestrante convidada da ocasião foi a economista Dra. Leila Rocha Pellegrino, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, para falar sobre o “Cenário Econômico Brasil/Mundial para 2023 e 2024”.
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De acordo com Pelegrino, o ano de 2023 se apresenta bastante desafiador para a economia global. Embora tenhamos uma queda na taxa de inflação e nos preços da energia, é importante observar que a inflação ainda permanece em patamares bastante elevados. E a manutenção desses patamares impacta no custo de vida, resultando na conservação da política de juros altos em diversos mercados. Com isso, as perspectivas de crescimento para os anos de 2023 e 2024 são, no contexto mundial, bastante fracas. “Teremos muitos desafios para os próximos anos, a perspectiva de crescimento é a menor da década”, pontuou.

Nas economias mais desenvolvidas, conforme a apresentação da economista, veremos um cenário de tendência a estagnação, com expectativas de crescimento bem modestas. “Isso porque os Estados Unidos vêm de uma atividade monetária adversa, com taxas de juros e inflação, além do processo de retomada de empregos, que ainda está em andamento. Na zona do euro, temos a sombra da guerra na Ucrânia para atrapalhar esse desenvolvimento”, disse. Na Ásia, a ideia de retomada de crescimento é mais substancial, conforme elaborou Pellegrino, “em especial na Índia e China, com o fim política de COVID zero, que reestabeleceu perspectivas de crescimento interessantes, no entanto ela ainda não se materializou plenamente e temos a ameaça de algum descontrole epidêmico na China, que pode impactar revertendo essa tendência, ou seja, é um ponto de atenção”. Pode-se esperar que a Índia será o grande carro chefe da economia global no período, embora ainda tenha um ponto fraco: a dependência dos Estados Unidos, que, por sua vez, estão com a demanda enfraquecida.

Na América Latina, a Argentina, regionalmente maior parceiro do Brasil, tem uma expectativa de crescimento igualmente fraca. O cenário no Brasil será bastante semelhante, depois da retomada em 2022, agora se espera um crescimento menor. “Temos um aspecto na economia que é o comportamental. O índice de confiança do consumidor melhorou, mas ainda não chegou aos níveis do pré-pandemia. O consumo também foi muito afetado e ainda não se recuperou”, apontou Pellegrino.  

Olhando especificamente para o Brasil, foram avaliados os índices de confiança do consumidor dos setores de serviços, comércio, construção (considerado o mais estável da atividade econômica) e da indústria. Sobre o último, foi feita uma comparação entre o índice e o PIB industrial e foram constatadas semelhanças entre eles. Segundo a economista, “embora tenha melhorado a expectativa do consumidor no final do ano e de retomada dos postos de trabalho, a inflação ainda tem um impacto negativo nos processos inflacionários recentes”. Além disso, com a posse do novo governo, como de costume, vivemos um período de incertezas, e o mercado tem reagido.
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Na opinião de Pellegrino, para que o novo governo brasileiro possa estabelecer vínculos de confiança, é necessária uma boa comunicação, ao passo em que serão realizados ajustes na questão fiscal.  Ela concluiu dizendo: “O que muda é a nossa capacidade de responder aos desafios, a mudança de postura e de foco, que é o grande desafio da economia latino-americana e brasileira, em particular. A dinâmica internacional vai pressupor crises, tanto internas quanto externas, mas a capacidade de arregaçar as mangas e agir rapidamente em relação a isso depende de nós.”
 
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