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Competitividade e Tecnologia04/03/2013Os mais recentes dados atestam que o baixo crescimento econômico brasileiro é, em boa medida, consequência da crise em curso na indústria em transformação. Essa crise se caracteriza pela estagnação da produção industrial num contexto de aumento do consumo interno (atendido quase integralmente pelo incremento das importações), e tem duas causas fundamentais. A primeira é o "Custo Brasil", termo referente à deficiências dos fatores sistêmicos da economia brasileira que se traduzem em maiores custos internos em comparação com outras economias. A segunda é a valorização da taxa de câmbio, que, apesar  de atenuada no último ano, ainda é muito prejudicial à competitividade do setor.

Novo estudo do DECOMTEC/FIESP quantifica, detalhadamente , o impacto desses fatores na competitividade dos produtos transformados brasileiros. Em função do Custo Brasil e valorização do real, um bem manufaturado nacional é, em média, 34,2% mais caro que similar importado dos prinicpais parceiros comerciais. Esse percentual se refere à comercialização no mercado brasileiro, inclusos todos os tributos, e, no caso de bens importados, já contando com as alíquotas de importação e demais custos de internalização.

Ressalte-se que o diferencial de preços de 34,2% se refere à média da indústria de transformação, existindo distinções de acordo com os setores de atividade considerados.

Por sua vez, os diferenciais de preços estão sujeitos a um efeito cumulativo, à medida que se avança nas cadeias produtivas da indústria. É por isso que, no caso de setores a jusante das respectivas cadeias, justamente os que mais empregam  e agregam maior valor à produção, a tendência é que os diferenciais de preços ante os produtos importados sejam mais elevados.

O diferencial de preços apontado é a causa primordial da crise na indústria de transformação, e, consequentemente, também explica o persistente baixo nível de investimentos e de atividade inovativa, e, portanto, o reduzido crescimento econômico do Brasil.

A natureza sistêmica do Custo Brasil e da valorização cambial tornam sua redução fundamentalmente dependentes de políticas de Estado. Pelo prejuízo à competitividade industrial quantificado no estudo, essas políticas têm caráter de urgência.

O estudo foi tema de reportagem do Bom dia Brasil, da Rede Globo, em 1º de março.

Clique aqui para acessar o estudo "Custo Brasil" e a Taxa de Câmbio na Competitividade da Indústria de Transformação Brasileira.

Clique aqui para acessar a reportagem a respeito do estudo.


Atenciosamente,
José Ricardo Roriz Coelho
Diretor Titular do Departamento de Competitividade e Tecnologia da FIESP.
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