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Energia Elétrica - Tarifas do País estão entre as mais caras do mundo17/06/200806/06/2008 Apesar da predominância da hidreletricidade, custo do megawatt/hora chegou a R$77,02 nesta semana A cada ano, o Brasil necessita acrescentar pelo menos 2 mil megawatts à potência instalada para fazer frente ao crescimento da demanda. Mas isso não vem acontecendo, reconheceram painelistas do Governo e Indústria durante mesa-redonda realizada no dia 5 de junho de 2008 no Ciesp-Campinas. “Sem um plano estratégico, o Brasil não conseguirá reverter essa tendência de preços para a energia elétrica, que são inaceitáveis”, afirmou Sérgio Saturnino da Silva, diretor do Departamento de Infra-estrutura, da Fiesp, um dos moderadores do debate, ao lado de Newton Duarte, diretor do Deinfra do Ciesp. Na visão desses diretores, o País necessita de um ambiente mais favorável aos investimentos, “e isso passa por agências reguladoras mais independentes, segurança jurídica e uma taxa de retorno mais atrativa”, complementa Saturnino. “A taxa brasileira, de acordo com cálculos do Banco Mundial, é de 15%, enquanto a do Chile é 8%”, compara. O diretor do Departamento da Micro, Pequena e Média Indústria (Dempi/Fiesp), Eder Trevisan, observou que a tarifa está 50% mais cara, sobretudo por conta dos tributos embutidos. “Não se admite que um insumo básico, como a energia, tenha uma carga tão grande de impostos e seja tratado na categoria de supérfluo”, lamentou o diretor do Dempi, referindo-se ao reajuste do PLD (Preço de Liquidação das Diferenças), que é o valor da eletricidade negociada no curto prazo, que nesta segunda-feira (9) bateu a casa dos R$77,02 o megawatt/hora (MWh). Na última semana de maio, lembra Trevisan, esse valor era de R$ 51,62. A diretora da Fiesp em Americana, Nilza Tavoloni, que é secretária de Desenvolvimento no município, mostrou preocupação. “O custo da energia está provocando uma evasão de empresas. E muitas desistiram de instalar-se na região por conta desse fator”, disse Nilza, lembrando que Americana apresenta um consumo maior do que o de Campinas, pela presença de muitas indústrias eletrointensivas. Debates “Não se pode continuar comparando o atual momento com o período de racionamento, em 2001. É preciso lembrar que em janeiro deste ano tivemos o pior regime pluvial dos últimos 70 anos”, justificou-se o diretor-substituto do Departamento de Planejamento Estratégico do MME, Gilberto Hollauer, perante representantes das várias associações industriais presentes, das áreas de geração (Abragee), transmissão (Abrate) e distribuição de energia (Abradee), além da Associação Brasileira dos Grandes Consumidores de Energia (Abrace) e dos produtores independentes (co-geração). “A energia de biomassa, que tem custo diferenciado, vai competir com a hidreletricidade. Mas é preciso que seja integrada ao sistema. O País vive um stress por falta de combustível. Mas o setor canavieiro dispõe de volume considerável de biomassa, na forma de palha e bagaço de cana, que poderá suprir os 6 mil MWh que o Brasil deixou de gerar por falta de gás natural nas termelétricas”, destacou Onório Kitayanna, da União das Indústrias de Cana-de-Açúcar (Única). Linha Tucuruí-Manaus Uma nota positiva anunciada no encontro, que trouxe ânimo aos participantes, é a licitação da obra de construção da linha Tucuruí-Manaus, com extensão de 1.472 km. “Com a interligação do Norte ao Sistema Nacional, teremos redução significativa na Contribuição sobre Consumo de Combustível (CCC), que significou um custo de R$ 4,2 bilhões em encargos aos consumidores em 2007”, afirma José Cláudio Cardoso, presidente da Abrate. “Ainda assim, continuaremos pagando um valor excessivo pelo insumo”, rebateu Eduardo Carlos Spalding, presidente da Abrace, que atribuiu a alta nas tarifas à crescente participação das térmicas no mix de preços e a causas estruturais, como a explosão dos encargos setoriais, que elevaram o custo do insumo em cerca de 250% entre 2001 e 2006. “Tivemos a criação de dez novos encargos, que representam hoje quase 50% do valor da tarifa”, completou. Rubens Toledo, Agência Indusnet Fiesp --------------------------------------------------------------------------- Clique nos títulos das apresentações abaixo para conferir os respectivos conteúdos! “Perspectivas de suprimento e preços da energia elétrica para a indústria” por José Cláudio Cardoso - Abrate “Mesa Redonda - Perspectivas de suprimento e preços da energia elétrica para a indústria” por Eduardo Spalding - Abrace “Tendência de preços de energia no ACR” por Fernando Maia - Abradee “A visão do governo no Estado de São Paulo e no Brasil quanto à oferta e custo de energia no curto, médio e longo prazos” por Jean Negri, Secretaria de Saneamento e Energia “Infra-estrutura Fiesp/Ciesp - ações no setor de energia” por Saturnino Sérgio da Silva - Deinfra Fiesp “Mesa Redonda - Perspectivas de suprimento e preços da energia elétrica para a indústria” por Sílvio Roberto Areco Gomes - Abrage
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