Os dados apresentados na “Sondagem Industrial CIESP Campinas / FACAMP” do mês de maio de 2012 em coletiva de imprensa na manhã desta terça-feira, 26 de junho,  demonstram que a indústria da região ainda sofre com a crise, mas grande parte dos indicadores analisados sinaliza estabilidade. 

Vários fatores foram analisados e nos casos dos indicadores de mão de obra, investimento, vendas, lucratividade, inadimplência e custos de produção, a maioria dos respondentes assinalou estabilidade ou inalteração, segundo o professor e economista da FACAMP, José Augusto Ruas. “O indicador de estoque, por exemplo, permite projetar o desempenho da atividade industrial num futuro próximo. Os números de maio de 2012 são melhores do que os verificados em abril deste ano. Somente 22,9% das empresas consultadas operaram com estoques acima do planejado ante 45% verificado em abril. Portanto, cerca de 20% das empresas trabalharam em maio com estoques abaixo do esperado, o que sinaliza um provável aumento de produção nos próximos meses,” pondera Ruas.

Ainda sim, os números evidenciam as dificuldades enfrentadas pela indústria da região, quando se consideram informações relativas ao aumento de funcionários, disposição para novos investimentos, elevação das vendas e da lucratividade. Esses indicadores apresentaram números inferiores aos observados no mesmo período de anos anteriores.

“Acumulamos um déficit de postos de trabalho no total do ano, mas não apresentamos em maio, a alta taxa de demissões dos últimos meses. O que sabemos é que não há mais como estimular o consumo interno no país, devido aos altos índices de inadimplência, e precisamos criar postos dignos de trabalho, não subempregos. A competitividade da indústria brasileira está na UTI e sendo tratada com band aid e analgésicos. Sem reformas estruturais e tributárias definitivas no país, não há como melhorar,” enfatiza José Nunes Filho, diretor titular do CIESP-Campinas.

A pesquisa de Comércio Exterior realizada pelo CIESP-Campinas com os associados, por intermédio do Departamento de Comércio Exterior, apresenta novos dados e está passando por uma reestruturação, levando em consideração que o desempenho do comércio exterior das cidades da região é diferente do restante do país.  As exportações das cidades que abrangem a regional CIESP-Campinas caíram 9,4% no acumulado de janeiro a maio de 2012, em relação ao mesmo período de 2011, representando um déficit na balança de US$ 2,36 bilhões.

 “Na nossa região, sofremos grande influência de importações de insumos industriais elaborados e pela retração das exportações de produtos manufaturados. As importações na região cresceram 2,9% no total dos cinco primeiros meses do ano, atingindo quase US$ 4 bilhões, mas as perspectivas para o resto do ano apresentam alguma melhoria”, finaliza Anselmo Riso, diretor do Departamento de Comércio Exterior.