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Noticías sobre o COVID-19

ARTIGO: Sua Indústria está preparada para a Crise e sua retomada aos negócios?17/04/2020Por Rodrigo Villela Dirani
Gestor de Segurança Empresarial e diretor do Departamento de Segurança do CIESP-Campinas. Possui o título de Especialista em Segurança Empresarial pela Associação Brasileira dos Profissionais de Segurança (ABSEG). É oficial da Reserva do Exército Brasileiro, tendo sido comandante da Polícia do Exército na Guarnição de Campinas, instrutor do Centro de Instrução de Garantia da Lei e da Ordem, e do 4° Contingente do Exército Brasileiro em Missão de Paz no Haiti.
 
O momento atual de crise, abalos econômicos e sociais, não somente na área médica, mas em vários setores, dentre eles a economia nacional, em face do COVID-19, requer que as empresas estejam com suas atenções voltadas para a Crise, de forma que a mesma esteja acompanhando o real cenário, para que suas ações sejam assertivas, visando minimizar os impactos às empresas.

Portanto, neste momento, as ações devem ser mapeadas e difundidas a toda a companhia pelo Comitê de Crise de sua empresa, ou seja; por aquelas áreas fundamentais, que já foram mapeadas anteriormente, e que devem atuar firmemente neste momento.

Aqui, chamamos a atenção ao fato de que o Comitê de Crise já deve existir, sendo este time composto pelos gestores oriundos da alta administração, com capacidade de tomadas de decisões rápidas. Participam deste Comitê as principais áreas da organização, onde destacamos dentre elas: a Segurança, Logística, Tecnologia da Informação, Segurança do Trabalho, Faciliteis, Recursos Humanos, Financeiro, Área Fabril, dentre outras conforme necessidade, no caso em questão a área Médica, ou ainda outras áreas dependendo da atividade fim de cada Indústria.

A grande preocupação agora, está na paralização das atividades em face de decretos e normas que entraram em vigor, por cada Autoridade Municipal, Estadual e ou Federal, as quais são cumpridas pelas Indústrias.

Sendo assim, devo entender, como a Crise afetará o meu negócio, meus clientes, meus fornecedores, e minha organização internamente, onde nosso grande foco neste momento é a integridade física dos colaboradores. E já neste contexto, a organização tem papel fundamental na rápida e clara comunicação sobre o tema, as medidas que está adotando para preservar a integridade física de seus funcionários e até dos respectivos familiares, neste momento de crise e de fake news, pois um grande inimigo que vivemos hoje em dia é a falta de informações sólidas e verdadeiras.

A comunicação deve estar alinhada com as diretrizes legais das autoridades competentes, onde, de fato seus colaboradores devem viver e sentir neste momento que o que está sendo veiculado pela empresa é de fato real e verdadeiro.

Desta maneira, o Comitê, deve ter como primeiro passo pensar como vai operar e produzir neste momento, quais serão os possíveis desafios, inclusive, no caso de necessidade de interrupção das atividades. O que devo fazer?!

Abaixo, alguns tópicos para colaborar nesta linha de ação a serem pensadas:
  1. Vou parar minha atividade, meu negócio, minha produção!
Partindo desta premissa, que ações devo pensar para tomar decisões assertivas, preservando vidas, o negócio e os impactos sempre os menores possíveis.
Por exemplo, alguns pontos de atenção para mapeamento e tomada de decisão pelo Comitê de Crise:
  1. Vou entrar de férias coletivas;
    Vou colocar colaboradores em home office;
    Quais as áreas mínimas e necessárias que continuarão em atividade (áreas e processos – agregação de valor e que impactam diretamente o negócio);
    Terei fornecedores atuando para me abastecer ou não;
    Quais são os meus possíveis fornecedores caso o Fornecedor “A” pare;
    Tenho fornecedores do exterior impactados;
    Terei que fornecimento a meus clientes críticos neste período, ou também estão parados, etc;
    Se vou parar: devo comunicar meus clientes e fornecedores (elaborar a Comunicação a clientes e fornecedores);
    Portos, Aeroportos e outras áreas da Cadeia Logística estarão atuando;
    Demais Órgãos Municipais, Estaduais e Federais estarão em funcionamento;
    Quais as Leis Governamentais estão direcionando e conduzindo o tema (análise jurídica);
    Posso reduzir algo, ou renegociar contratos com meus parceiros para ter algum ganho financeiro neste momento;
    Outros.
  1. Ações de Contenção e de Segurança para as atividades essenciais, e vitais ao negócio em meio à Crise:
Se vou ter um efetivo mínimo operando, e terei outras atividades de suporte, as quais necessitarão estar fisicamente atuando no local de trabalho, que ações devo tomar especificas para a Crise do COVD-19. Abaixo algumas a serem pensadas:
  1. Meus colaboradores receberam as orientações sobre higiene pessoal e cuidados que o COVID-19 requer;
    Meus colaboradores em home office, receberam orientações preventivas sobre o tema;
    Minha empresa está adotando as medidas de proteção para assegurar um ambiente seguro para meus colaboradores (ex.: distanciamento entre as pessoas, equipamentos de proteção individual como mascaras e óculos, materiais específicos de higienização – álcool gel, das mãos disponíveis em diversas áreas da empresa, etc.);
    Como estou fazendo (reforçando) a Limpeza e Higienização da minha empresa;
    Entrega de Equipamento de Proteção de Segurança específicos;
    Minha área de Saúde, tem preparo para orientar e colaborar prontamente para possíveis suspeitas de casos do COVID-19;
    Como agir em casos de colaboradores infectados com o COVID-19 (suporte médico, psicológico, etc);
    Qual meu plano para apoiar as atividades que estão operando em face de paralisação de outras áreas (transporte público, metro, etc);
    Outros.
  1. Pensar, mesmo durante a Crise, no Plano de Retomada, Pós Crise.
Em tempos difíceis, não podemos apenas ter voltado nossas ações apenas para o presente. Devemos estar preparados, para o pós-crise, ou seja, que ações devo pensar e tratar para que minhas atividades como Empresa retorne, com o menor impacto possível. Abaixo, algumas ações para reflexão:
  1. Tenho a data de retorno definida pelo Comitê de Crise;
    Esta data está alinhada com o que foi estipulado e determinado pelas Autoridade Competentes;
    Meus fornecedores estarão atuando (quais são as matérias prima críticas ao negócio, que não pode faltar);
    Tenho clientes e prazos a cumprir (aqui definir quem são meus clientes críticos)
    Meus colaboradores estarão aptos ao retorno (saudáveis, cientes das medidas preventivas, há informações que chegam mesmo em férias ou home office, etc);
    Tenho que retornar com minha capacidade plena;
    O ambiente de trabalho está seguro (aqui a importância da área de Limpeza da Organização e a Comunicação das ações);
    Tenho informações sobre: transporte coletivo, metro, transporte intermunicipal, etc;
    Ter Planos elaborados por Cenários ainda menos otimistas (e se não houver o retorno na data estabelecida, em face de intervenções do Governo, medidas de isolamento mais severas, postergação das atividades, etc).
Concluindo, portanto, vemos que como premissa temos que embasar nossas ações de forma rápida, eficiente e com foco, de forma que a informação seja propagada por toda a Organização, em todos os níveis; pensando na Crise em si, e suas ações imediatas ao negócio, mas também se preparando em cenários distintos, para a retomada a curto, médio e até longo prazo.  Lembre-se, que um bom plano não te deixara ileso a Crise, mas você passará por ela, embasado em ações que foram tomadas com planejamento e responsabilidade.
 
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